quinta-feira, 31 de março de 2011

CHAMA INTERIOR SAGRADA E AS VESTAIS

 

CHAMA INTERIOR SAGRADA


Héstia, a guardiã do fogo sagrado, caminha nas moradas de todos, deuses e mortais, recebendo suas reverências e a gratidão eterna. Gloriosa é a Sua luz e abrangente o Seu poder, pois sem Sua presença ninguém poderia sobreviver. Por isso, serão sempre Suas as primeiras e as últimas oferendas, nos rituais e nas orações diárias.
Hino de Homero (adaptado)
Héstia era a filha primogênita do casal de Titãs Rhea e Chronos, uma das doze divindades olímpicas que, em troca do direito de permanecer virgem, cedeu seu lugar no Monte Olimpo para o deus Dionísio. Apesar de sua importância como Deusa guardiã da lareira, da família e da comunidade, Héstia não tinha um templo específico, nem foi “personificada” em imagens ou estátuas. Mesmo invisível no plano físico, Ela era a mais presente divindade na vida humana, sendo representada pela luz e pelo calor do fogo, honrada em cada casa, cidade e nos templos dedicados aos outros deuses. O fogo aceso nos altares dos templos e nas lareiras das moradias era o pedido e o convite para que Héstia se tornasse presente, trazendo as bênçãos da iluminação. Héstia não tinha rituais específicos, sendo a veneração da chama sagrada a maneira antiga e atual para sua reverência e invocação.

Ela recebia as honras em primeiro e último lugar, em razão dos direitos especiais de seu nascimento e renascimento. Conta o mito que, à medida que a Deusa Rhea dava à luz aos seus filhos, Chronos os engolia, por temer ser por eles destronado. Quando Zeus nasceu, Rhea conseguiu enganar Chronos, dando-lhe uma pedra enrolada em panos para engolir e escondeu Zeus na gruta do Monte Ida, onde ele foi criado por sacerdotes e amamentado pela cabra Amalthea. Quando se tornou adulto, Zeus deu um vomitório para que Chronos expelisse todos os filhos por ele engolidos; a última a ser devolvida foi a primogênita Héstia, daí seu título de “a primeira e a última”.

Diferente de outras divindades, Héstia jamais participou das disputas ou intrigas entre os deuses, nem das guerras promovidas por seus irmãos, adquirindo, assim, o direito de ser reverenciada como o centro da casa e do templo e de receber as honras e oferendas em primeiro e último lugar. Por ter imposto sua vontade de permanecer virgem e de jamais aceitar um homem na sua vida, Ela (assim como Ártemis e Athena) era invulnerável às flechas de Eros e aos feitiços de amor de Afrodite.

Poucos escritos existem sobre Héstia, sendo que a principal fonte de informação está nos hinos do poeta Homero. Sua importância para o povo grego estendia-se além das reverências e oferendas a Ela dedicadas, que eram feitas antes de cada refeição ou ritual. Como sua bênção era pedida para o fortalecimento da unidade familiar, uma mulher, quando se casava, recebia em sua nova moradia uma tocha acesa na lareira da casa materna, levada por sua mãe para consagrar o lar dos recém-casados, demonstrando a importância da continuidade da energia ancestral feminina e do elo entre mãe e filha. Quando uma criança nascia, aos cinco dias de vida sua família reunia-se ao redor da lareira e a apresentava à Héstia, pedindo Sua bênção e permissão para a admissão no clã familiar.

Além de ser o elo entre humanos e o plano divino, Héstia também era a protetora dos templos e das comunidades. O Estado era uma continuação da família e cada cidade tinha nos templos um santuário – chamado Prytantis – e uma lareira dedicada à Héstia, zelada pelas sacerdotisas chamadas Prytantes. Visitantes e viajantes pediam as bênçãos para sua estadia ou viagem nestes santuários e os suplicantes e foragidos neles encontravam asilo e proteção. Do templo principal era levada a chama para abençoar as novas cidades e colônias e acender novas lareiras, sendo Héstia o elo que ligava o lar ancestral da capital aos confins do império, da mesma maneira como era feito com a continuidade do fogo materno para com seus descendentes.

Como arquétipo, Héstia representa a essência (em grego a palavra é essia), o centro da psique, a própria chama interior da natureza divina. Ela também simboliza a energia feminina invisível que permeia um lugar ou situação e que torna esse local sagrado.


Como Deusa Virgem, personifica o conceito da auto-suficiência, ou seja, “ser completa em si mesma”, sem precisar da presença de um pai, marido, filho ou amante. Nessa condição, ela podia seguir seus próprios valores e caminhos, sem lutar pelo poder, sem ter que se submeter à autoridade masculina ou fazer concessões.

O termo latino para “lareira” é focus e, na interpretação astrológica, o asteróide Vesta define a capacidade de focalização e concentração em um determinado objetivo, o que exige a prática do silêncio, introspecção e meditação. Para as mulheres marcadas por sua influência (seja pela presença relevante do asteróide no mapa natal ou através de uma conexão voluntária), o estado de contemplação e as práticas de focalização tornam-se mais fáceis. Mesmo atividades corriqueiras ou afazeres de casa podem ser um meio para ordenar pensamentos e silenciar a mente, encontrando assim momentos de quietude, introspecção e harmonia interior. Conectando-se com a energia de Héstia, a agitação e pressa, a habitual cobrança e o senso exagerado do dever e fazer tornam-se menos importantes; realça-se, assim, o valor e a necessidade de estar conscientemente no “aqui e agora”. Cada vez que uma mulher cria ordem, beleza, paz e harmonia em um ambiente, ela consagra esse espaço.

Desde a pré-história, o fogo era o centro da vida comunitária, pois, além de fornecer luz e calor, era o ponto de encontro dos clãs e dos conselhos de anciãos, sendo também um símbolo de hospitalidade e proteção. Para as mulheres contemporâneas, momentos de solidão e de silêncio são requisitos necessários para o centramento e para as práticas espirituais. Apesar do ritmo agitado da vida e das pressões e exigências modernas, as mulheres que buscam seu crescimento e evolução espiritual não precisam ir para o longínquo Avalon, nem se retirar em um mosteiro ou ashram. Basta criar um tempo e espaço sagrados, formar um grupo ou círculo junto com outras mulheres, ter um propósito e um centro espiritual e permanecer em silêncio e meditação. O mergulho no âmago das essências individuais possibilita encontrar a conexão e a força nutridora de Héstia. A representação do centro pode ser uma vela ou lamparina, um cristal, uma mandala ou a imagem da luz divina.

A versão romana de Héstia era personificada por Vesta e seus cultos diferiam em alguns aspectos. Vesta também era uma força sagrada estabilizadora e centralizadora, protetora das famílias e cidades. No entanto, suas sacerdotisas – as Vestais – tinham maior prestígio e atuação do que as Prytantes já que os romanos tinham um número maior de festividades públicas para reverenciar Vesta do que os gregos, onde o culto era concentrado nos lares. O fogo sagrado de Vesta era velado no Forum Romanum por seis Vestais, em um templo esférico que reproduzia a Terra, cujo perímetro era proibido aos homens após o anoitecer. As Vestais eram escolhidas entre as filhas de famílias nobres e deviam servir por trinta anos, dos quais dez eram de aprendizado, outros dez de sacerdócio e os últimos para ensinar as novas Vestais. Elas deviam manter sua castidade, estando submetidas a regras severas, como no caso de infração ao seu voto, quando eram enterradas vivas. Como recompensa, recebiam alguns privilégios: convites para jantares com autoridades, os melhores lugares nos teatros e arenas e passeios de carruagem; elas não eram submetidas à autoridade paterna, podendo possuir bens e, depois dos trinta anos de serviço, podiam se casar. Por serem consideradas imbuídas de poderes especiais, eram honradas por todos e podiam perdoar condenados caso passassem perto deles. Sua pureza era considerada a garantia da segurança e salvação de Roma e por isso era vigiada em permanência pelo Sumo Pontífice. Com o passar do tempo, as vestais se tornaram “bodes expiatórios” e foram usadas para fins políticos, sendo-lhes atribuídas as causas de desastres naturais ou as derrotas nas batalhas, por, supostamente, terem infringido seus deveres e quebrado o voto de castidade. Durante as festividades de Vestália, que duravam de 7 a 15 de junho, as matronas romanas descalças e veladas seguiam em peregrinação para levar o pão por elas assado como oferenda para os templos. No final do festival, as Vestais fechavam o templo, lavavam-no e depois abriam-no com um banquete oferecido às divindades, contando apenas com a presença de mulheres. Uma vez por ano, no dia primeiro de março, o fogo sagrado era apagado e novamente acesso ritualisticamente pela fricção de dois paus, revelando o simbolismo oculto de Vesta como deusa geradora e sustentadora das mulheres e das famílias.

Atualmente foi perdido o respeito pela continuidade da união familiar com a reverência e gratidão ao sagrado antes das refeições. Vivemos na era do fast food, com todas suas conseqüências nefastas: falta de diálogo e convívio entre pais e filhos, distúrbios alimentares, diabetes e obesidade. Por não mais honrar e ancorar a energia unificadora e protetora de Héstia em nosso cotidiano, negando o lugar de honra do Seu fogo sagrado em nossas casas, canalizamos o aspecto sombrio e destrutivo do fogo, que se manifesta no superaquecimento global, nos desequilíbrios e conflitos religiosos, na falta de respeito e de reverência perante o sagrado e a natureza.

No entanto, o arquétipo de Héstia permanece esquecido e oculto em nosso inconsciente e caberá a nós – mulheres conscientes de sua força e missão espiritual – reacender o fogo sagrado, em nós, em nossas vidas e famílias. Para isso, precisamos encontrar novas formas de manter a união e harmonia familiar, cuidando da alimentação saudável dos filhos, evitando a poluição ambiental e mental pelo consumismo, a invasão dos alimentos refinados e processados. Podemos e devemos criar singelos momentos de silêncio e de gratidão pelo pão diário, em uma oração conjunta nas refeições ou ao redor da chama de uma vela.

O nosso desafio – como mulheres, filhas, esposas ou mães – é saber como combinar as exigências do mundo externo, estressante e caótico, com a missão ancestral de cuidar da casa, da harmonia familiar e da manutenção da chama sagrada. A resposta se encontra nos pequenos gestos: unir-se em conversas sem assistir TV ou ler jornal, incentivar encontros familiares em datas sagradas, informar-se sobre os alimentos saudáveis, mobilizar pessoas para grupos de estudo e oração, preservar a coesão e sintonia grupal evitando discussões, disputas e competições. Quanto mais isso ocorrer e melhor forem o bem-estar e harmonia alcançados e compartilhados, mais fácil será despertar e ativar o fogo sagrado de Héstia no coração de outras pessoas, criar núcleos luminosos no centro das moradias e das comunidades, para poder curar corpos e mentes e fortalecer a essência divina de todos.

As Vestais






Em Roma, Héstia foi venerada como a Deusa Vesta. Lá o fogo sagrado de Vesta uniu todos os cidadãos de Roma em uma família. A Deusa romana Vesta (Héstia) era uma Virgem Eterna conhecida como "aquela de luz".

Suas sacerdotisas eram as Virgens Vestais que mantinham o fogo sagrado sempre aceso, representavam a alma verdadeira de Roma. Se o fogo se extinguia, as Vestais deveriam reavivá-lo friccionando uma madeira ou estaca.

Seis Vestais de boa origem familiar, iniciando seu ofício entre os sete e os dez anos. Elas eram selecionadas obedecendo determinados critérios que incluiam estarem livres de qualquer tipo de imperfeição física ou mental e possuírem pais livres e vivos. Depois de passarem por uma rigorosa seleção, eram eleitas pelo alto sacerdote para assumirem um compromisso de trinta anos, dos quais, os primeiros dez anos seriam dedicados para estudos (Discípula em Latin) e treinamentos. Os dez anos seguintes, tornavam-se serviçais da Deusa (cuidavam do fogo, da limpeza do templo e participavam de cerimoniais) e os últimos dez, deveriam treinar as novatas Vestais.
As Vestais tinham a cabeça circundada por frisos de lã branca que lhes caíam graciosamente sobre as espáduas e de cada lado do peito. As suas vestes eram muito simples, mas elegantes. Por cima de um vestido branco usavam uma espécie de roquete da mesma cor. O manto, que era de púrpura. No princípio cortavam os cabelos, entretanto, mais tarde, exibiam longa cabeleira.

Eram sempre deixadas à distância das outras pessoas, honradas, e esperava-se que vivessem como Vesta, com terríveis conseqüências se não permanecessem virgens.

Qualquer virgem Vestal que mantivessem relações sexuais com um homem, profanaria a Deusa. Como punição deveria ser enterrada viva, sepultada em uma área pequena e sem ar no subsolo, com luz, óleo, alimento e um lugar para dormir. A terra acima dela seria então nivelada, como se nada estivesse embaixo. Portanto, a vida de uma virgem vestal como personificação da chama sagrada de Héstia era extinta quando ela parava de personificar a Deusa. Era coberta com terra como o carvão que se extingue em uma lareira.

Em compensação, apesar de todos esses rigores, as Vestais gozavam do maior respeito e eram tão sagradas que se passassem ao lado de um homem condenado, esse era perdoado. Eram também, muitas vezes, chamadas para apaziguar as dissensões nas famílias e muitos segredos lhes eram confiados, até os do Estado. Foi entre suas mãos que o imperador Augusto depôs o seu testamento. Depois de sua morte elas o levaram ao Senado Romano.

Quando o luxo se espalhou em Roma, as Vestais passeavam em suntuosa liteira, mesmo em carro magnífico, com um numeroso séquito de mulheres e de escravos.

Há uma lenda que conta que as primeiras Vestais foram eleitas pelo herói troiano Eneas, o primeiro ancestral de todas as coisas romanas.

O imperador Graciano (governante desde 367 até 378 d. C), que era hostil as religiões pagãs, deixou de pagar os salários das Vestais, desviando o dinheiro para pagar o serviços postal imperial. A adoração dos Deuses pagãos foi oficialmente proibida pelo imperador Teodósio (governante desde 379 até 395 d. C) no ano de 394 d. C, e o fogo de Vesta se extinguiu para sempre.

A última Vestal conhecida em Roma foi Coelia Concórdia.

FLIDAIS

DEUSA VIRGEM & AMANTE


FLIDIAS, SENHORA DAS FLORESTASFlidias é a Deusa celta da Sensualidade e Senhora das Florestas. Ele reúne os atributos da deusa Àrtemis com a sensualidade de Afrodite. A combinação é perfeita!
Como Senhora das Florestas, ela cuida de todas as coisas silvestres e indomáveis da natureza e está associada ao Homem Verde. Para aqueles que destroem indiscriminadamente bosques e árvores, o Homem Verde é um espírito maligno. Para aqueles que amam e usam de modo sábio as árvores, le é a tímida entidade que encoraja o crescimento da árvore.

Mas Flidais também está associada aos animais, em especial ao gado e muitas vezes surge conduzindo uma carruagem puxada por oito cervos e chamava todos os animais da floresta de "seu gado". As acepções simbólicas do cervo (gamo) são numerosas, sendo a mais notável, a que o associa a Árvore do Mundo. Por seus chifres longos, que se renovam periodicamente, é comparado à Árvore da Vida. Assim, simboliza a fecundidade (à qual o ardor sexual não é estranho) e os ritmos do crescimento e renascimento. Um dos símbolos desta deusa é a corça, que está intimamente ligada com o feminino. Na mitologia grega ela era consagrada a Ártemis, que a caçava ou a usava para puxar sua quadriga. A beleza da corça vem do brilho extraordinário de seus olhos e este olhar é comparado muitas vezes ao de uma jovem. Além de sua graça e beleza, a corça simboliza a virgindade e pureza. Flidias tinha como símbolos também, a grama verde, as árvores e as nascentes das terras das florestas.

Flidais era descrita como uma mulher altiva, forte e muito bela que apresentava cabelos dourados. O dourado não apenas define seu esplendor, mas também faz a consciência despertar. O domínio do consciente em Flidais não é espiritual e sim terreno, uma exaltação da mais alta pureza, que reluz como ouro. A deusa exemplifica os aspectos da natureza feminina que se manifestam na matéria. Beleza física, consciência integrada no corpo e capacidade de conectar emoções profundamente sentidas com relacionamentos. Todos estes atributos, como já dissemos, provém da associação de Flidias com as deusas Àrtemis e Afrodite.

Flidais aparece em destaque no texto "O Roubo do Gado de Flidais", um texto preliminar do mais famoso e importante Táin Bó Cuailgne. A história narra uma das principais atividades das tribos celtas naquela época: despojavam outras tribos de seu gado, que constituía a riqueza autêntica e desprezavam a cobiça latina pelo ouro e pelas jóias, pois sabiam que não poderiam comer tais materiais, utilizando-os apenas como adornos ou em sacrifícios aos deuses. Segundo uma lenda, Flidias possuía uma vaca mágica cujo leite era capaz de alimentar diariamente centenas de guerreiros. A vaca mágica da deusa, como o resto dos animais de Outro Mundo na tradição irlandesa, possuía a pelagem totalmente branca, exceção feitas às orelhas, que eram da cor vermelha. Será ela que alimentará o exército de Fergus Mac Róich na Invasão do gado de Cooley. Desde então era "Buar Flidaise", o rebanho de Flidais, que alimentava os homens da Irlanda, durante todo o período da invasão.

Flidais uniu-se à Fergus e conta-se que ela era a única deidade capaz de saciar o seu descomunal apetite sexual. A união sexual dos dois representavam as forças ctônicas da criação.

Muito embora, não se têm conhecimento de quem seja o pai, Flidais teve três filhas: Bé Téite (Mulher Luxuriosa), Bé Chuille, a Senhora do Mundo Selvagem e também uma druidesa, e ainda, Fland, que foi uma das esposas de Manannan e teve um rápido caso de amor com Cu Chulainn. Alguns autores relatam que Fland vivia sob as águas e seduzia os homens, levando-os para seu reino escuro e frio.
ARQUÉTIPO DA SENSUALIDADE
Flidais, como deusa do amor e da sensualidade, apresenta um aspecto mutante e transformativo do feminino. Lendas nos contam, que realmente ela podia mudar de forma e transformar-se no que quisesse. E, quando seu arquétipo é ativado em nós, também vemos o mundo e nós mesmos sob uma luz diferente. Fluidos criativos são estimulados, e as fronteiras ou limites racionais são impelidos para o domínio do irracional, digamos, quase animal. Novas atitudes precedem certo excitamento, e a própria vida adquire novo significado Mudanças bem-vindas prosseguem de mãos dadas com atitude criativa da assunção de riscos.

A mulher que vem conhecer a Deusa das Florestas cresce na compreensão do aspecto divino de sua natureza feminina. Ela é guiada por suas mais profundas necessidades, por idéias e atitudes que vêm de dentro. Ela não será contaminada por circunstâncias externas ou excessivamente atingida por críticas. Isto acontece, porque Flidias é a floresta virgem, que é livre e espontânea, grávida de vida, de acordo com as leis da natureza. É intocada pelas leis dos homens.

A mulher que tem consciência desta deusa, cuida de sua alimentação, faz exercícios e aprecia os rituais como banhar-se, vestir-se e aplicar cosméticos. Mas não se trata aqui de propósito superficial de apelo pessoal, relacionado à gratificação do ego, mas sim de respeito por sua natureza feminina. Sua beleza viva deriva da relação que tem consigo mesma. Esta mulher é virginal, mas isso nada tem a ver com um estado físico, mas com uma atitude interior. Ela não é dependente das reações dos outros para definir seu próprio ser. A mulher virginal não é apenas o reverso do homem, seja ele pai, amante, ou marido. Ela mantém-se em pé de igualdade em relação aos seus direitos. Não é governada por idéia abstrata do que ela "deveria" ser ou "do que as pessoas vão pensar". Ela é verdadeira para com sua natureza e seu instinto.
ARQUÉTIPO DA NATUREZAFlidais, como arquétipo da natureza, nos ensina que é a união que completa o ciclo. Assim como a semente é plantada na Primavera, cresce no Verão, e se faz a colheita no Outono, cada geração desova as sementes para a próxima geração. Devemos prestar muita atenção no plantio de nossas sementes, para que possamos ser recompensados com uma colheita generosa.

A tecnologia já nos trouxe muito conforto e nos mostrou muitas coisas no sentido científico, mas agora è tempo de nos voltarmos para a humanidade e para a conservação do planeta, incluindo seu relacionamento com o divino. Hoje, a ciência e a espiritualidade estão começando a integrar-se como um todo.

Nosso relacionamento com a natureza é o coração da nova integração encontrada pela ciência e espiritualidade. Pessoas e árvores já não podem ser mais cortadas para atender às necessidades da tecnologia e das corporações, em busca do progresso científico. Já é hora de trabalharmos em cooperação com cada um e com a natureza.

O NOVO DESPERTAR

Sobre O Novo Despertar da Deusa

O Despertar da Deusa é uma consequencia dos acontecimentos deste fim de era, a hora é da mudança a queda de uma instituição patriarcal fálida para a ascensão da Deusa da Força Feminina que aflora da das mulheres e actua sobre os homens, também a Deusa é uma Mãe Universal e não apenas um conceito abstracto é sim uma consciência viva....apesar de eu ser uma esotérica ,acredito que esse novo despertar na Deusa será um acontecimento que abalara as bases da humanidade e tornara cada vez mais evidente a força e a beleza do feminino .Também proponhe a união das mulheres como seres e indivíduos respeitando as diferenças entre si e a união da Força da Mulher , o reaparecimento do Culto a Deusa em suas diferentes variedades.
Mas não só as Mulheres TODOS SOMOS RESPONSÁVEIS sobre esse movimento em prol do feminino.
A Deusa Mãe habita em nós, nos oceano, nos, mares, no universo, no nosso mundo sua presença já não pode mas ser ignorada ....nem distorcida como por exemplo Virgem Maria ou outras Santas católicas não quero dizer que esses aspectos da deusa não sejam sagrados e reveladores só quero dizer que a deusa vai MUITO ALÉM DESSES ASPECTOS a Deusa ao mesmo tempo em que é Mãe (santa) Ela é Feiticeira (pecadora).
É hora de reunir esses aspectos e ser adorada do jeito que Ela é como uma Deusa Divinal, Mãe, Senhora de todas as criaturas, Bondosa....e Feiticeira que detém os segredos do prazer e da sexualidade sagrada ....Sábia...Anciã dona dos augúrios e reveladora do inconscient, Dona da Morte e da Vida e do inconsciente ...enfim Senhora de tudo o que foi, é e faz parte da humanidade.
Bênção a Mulher
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As Mulheres são a Deusa e a Terra elas dão à luz filhos e criam comunidades cooperativas, formam lares e civilizações.

Enquanto os homens fazem a guerra, as mulheres fazem paz: enquanto os homens fazem tecnologia, as mulheres fazem humanismo, quando os homens fazem o caos, as mulheres fazem compaixão, sensatez e ordem. Reconhecendo a sua real influência, as mulheres se conscientizam do quanto são importantes e fundamentais para a sobrevivência de nosso planeta e de que se amarem-se a si mesmas é apenas um sinal de respeito que se deve a vida e Deusa.


Para as mulheres, qualquer cura significa a cura do respeito e do amor que elas devem ter por si mesmas, bem como da sua auto-imagem feminina.
Recitar a Bênção a Mulher, todas as noites, é uma boa forma de você iniciar o processo de cura de todos os seus males. Acenda um incenso uma vela e se coloque nua diante de um espelho. Molhe o dedo indicador com uma gota de óleo (de rosas ou de jasmim de preferência), vinho tinto, sangue menstrual, água salgada ou água pura. Toque um por vez, cada um dos seus chakras, dizendo em voz alta o seguinte:
Tocando o chakra da coroa (topo da cabeça), diga:
"Abençoa-me Mãe porque sou Tua Filha "
Tocando o chakra da terceira visão (entre a as sobrancelhas), diga:
"Abençoa a minha Visão, para que eu veja a Ti na minha vida."
Tocando chakra da garganta, diga:

"Abençoa minha voz, para que ela propague o Teu amor por todos''

Tocando o chakra do coração (entre os seios), diga:
"Abençoa meu coração, para que ele se abra e se encha de amor por todos."

Tocando o plexo solar (na altura das costelas inferiores), diga:
"Abençoa minha energia vital que vem de Ti."
Tocando o chakra da barriga (abaixo do umbigo), diga:

"Abençoa o meu útero e ovários, para que eu pratique sexo com amor."

Tocando o chakra base (genitais), diga:

"Abençoa os meus genitais, Portal da vida e da morte."

Tocando a sola dos pés, diga:

"Abençoa os meus pés, para que possam trilhar Teu caminho e o meu."

Tocando a palma de ambas as mãos, diga:

"Abençoa as minhas mãos, para que elas façam Teu trabalho , que é o meu trabalho neste mundo."

Tocando novamente o chakra da coroa, diga:

"Abençoa-me, Mãe porque sou Tua Filha e sou uma parte de Ti."

Essa cura produz milagres e abre o caminho para todas as curas subsequentes.

ORAÇAO A MAE TERRA

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MÃE-DEUSA

A Ti, Ó Mãe Terra ofereço minha alma e meu amor,
A Ti, Ó Deusa Sagrada, Criadora de todas as coisas
Mãe de Tudo o que Há,
Doadora da Vida, que a partir do Caos criou a Luz e a Harmonia
Mãe é Teu Nome Sagrado
Que Invoco neste momento
Em que busco Teu divino Olhar
Que a Tua Voz vibre na minha garganta
Que Sua Voz vibre e ressoe
Através da Voz de todas as Tuas Filhas
Tuas Sacerdotisas que lhe servem e lhe amam
Mãe Negra do Tempo,
Face que esta por detrás de todas as formas

Nos Te imploramos
A Sua bênção, a Sua Força
Diante de todas as injustiças
E blasfémias feitas a Ti
e as Tuas Filhas
Zelai por nós Mãe Terra
Que Assim seja

ORAÇAO DA MULHER CELTA

"Jamais permitas que algum homem a escravize, nasceste livre para amar e não para ser escrava.

Jamais permitas que teu coração sofra em nome do amor.
Amar é um ato de felicidade, por quê sofrer?

Jamais permitas que teus olhos derramem lágrimas por alguém que jamais fará você sorrir!
Jamais permitas que o uso do teu próprio corpo seja cerceado.O corpo é moradia do espírito, por quê mantê-lo aprisionado?

Jamais te permitas ficar horas esperando por alguém que jamais virá, mesmo tendo prometido.

Jamais permitas que teu nome seja pronunciado em vão por um homem cujo nome tu sequer sabes!

Jamais permitas que teu tempo, corpo e coração seja desperdiçado por alguém que nunca terá tempo para ti.

Jamais permitas ouvir gritos em teu ouvido.
O Amor é o único que pode falar mais alto!

Jamais permitas que paixões desenfreadas te transportem de um mundo real para outro que nunca existiu.

Jamais permitas que os outros sonhos se misturem aos seus, fazendo-os virar um grande pesadelo.

Jamais acredites que alguém possa voltar quando nunca esteve presente.
Jamais permitas que teu útero gere um filho que nunca terá um pai. (E se tu o gerar saiba que a dádiva da Mãe-Deusa é apenas Tua, crie e eduque teu filho/filha de modo que possa vir a ter força e jamais tema ser mãe solteira; o pecado está apenas na mente dos fracos.)

Jamais permitas viver na dependência de um homem como se tu tivesses nascido inválida.

Jamais permitas que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar os brilho de teus olhos a dominem, fazendo arrefecer a força que existe dentro de ti.
E, sobretudo, jamais permita-se perder a dignidade de ser mulher!"

GRANDE DEUSA

A GRANDE MÃE


A DEUSA MÃE

Eu caminho pelo Céu e a chuva cai
Eu caminho pela Terra e os brotos e as ervas germinam
Fluo para Mim mesma, pois muitas são as minhas faces, muitas são as minhas formas
Mas eu sou a Única.
Solte tudo, solte tudo que lhe prende e venha até Mim
E eu lhe ensinarei o grande mistério:
Eu não sou outra senão você mesma
Para entendermos corretamente quem é esta Divindade, temos que voltar até os primeiros povos da Terra.

Quando os povos primitivos identificaram a mulher com a Terra e associaram a existência da Terra a poderes divinos, consideraram que o poder que conspirou para que o Universo fosse criado era feminino. Como só as mulheres têm o poder de dar a vida a outros seres, nossos ancestrais começaram a acreditar que tudo tinha sido gerado por uma Deusa.

Em diversas partes do mundo a Grande Deusa Mãe é associada à Lua, já que existia um poder maior que agia entre a mulher e a Lua. Tambem foi associada em tempos mais remotos ao Sol, sendo a Mãe Solar , Doadora da Vida e da saude e proporcionadora do equilibrio e harmonia.

Todas as religiões primais viam no poder feminino a chave para o Mito da Criação e assim o Universo era identificado como uma Grande Deusa, criadora de tudo aquilo que existia e que existiu. Nada mais lógico para uma sociedade em processo de evolução, pois não é do ventre da mulher que todos nós saímos?

O culto a Grande Deusa remonta a Era de Touro. Nesta época o respeito ao feminino e o culto aos mistérios da procriação eram muitos difundidos. Nas culturas primitivas a mulher era tida como a única fonte da vida, tanto que os lugares onde ocorriam os partos eram considerados sagrados e foram nestes lugares que surgiram diversos templos de veneração à Deusa.

Com o avanço da agricultura, a importância do solo passou a ser primordial e a Grande Mãe Terra (a Deusa) se tornou o centro de culto das tribos primitivas. As mulheres eram consideradas responsáveis pela fartura das colheitas, pois eram elas que conheciam os mistérios da criação.

As várias estatuetas femininas como as Vênus de Willendorf, de Menton e Lespugne, representam a sacralidade feminina e os poderes mágicos e religiosos atribuídos à Deusa nas época do Paleolítico e Neolítico.

Ela esteve presente em todas as partes do mundo sob diversos nomes e aspectos: Kali na Índia, Ishtar na Mesopotâmia, Pallas na Grécia, Sekhmet no Egito, Bellona em Roma e assim sucessivamente. As Grandes Deusas da Antiguidade exerciam o domínio tanto sobre o amor como sobre a guerra.

O símbolo da Grande Deusa é o caldeirão, que representa o mundo que ela criou e carrega em seu ventre. Este objeto é associado à Deusa porque a criação se parece com o que se pode realizar no interior do mesmo. O mundo é uma maravilhosa obra alquímica que a Deusa criou e comanda através das manobras e poções realizadas em seu caldeirão, o lugar onde nasce a vida.

A Deusa é a energia Geradora do Universo, é associada aos poderes noturnos,a Lua, a intuição, aos lado inconsciente , à tudo aquilo que deve ser desvendado, daí o mito da eterna Ísis com o véu que jamais deve ser desvelado.

A Lua jamais morre, mas muda de fase à cada 7 dias, representando os mistérios da eternidade e mutação. Por isso a Deusa é chamada de a “Deusa Tríplice do Círculo do Renascimento“, pois também muda de face, assim como a Lua, e se mostra aos homens de três diferentes formas como: A Virgem, A Mãe e A Anciã. Isso não difícil de se entender, pois dentro de Wicca todos os vários Deuses e as múltiplas faces e aspectos da Deusa, nada mais são do que a personificação e atributos da Grande Divindade Universal.

A Grande Deusa desempenha inúmeros papéis e funções e para isso usa nomes e atributos diferentes, o que os seres humanos para simplificar chamaram de Deuses. Para a Bruxaria todos os Deuses Antigos são a Grande Deusa Mãe multipersonificada. Quando você invoca o nome de um determinado Deus, libera um tipo de energia específica que não consegue ser liberada quando se invoca outra Divindade que desempenha papéis e funções diferentes.

O aspecto Jovem da Deusa recebe o nome de Rhianon. ela está associada à adivinhação, aos ritos mágicos, à clarividência e aos encantamentos. Seus rituais e invocações são realizados na Lua Crescente. Sua cor é o branco e por isso recebe o título de ALBEDO(Senhora da Alvorada). Rhianon é a caçadora, segura em suas mãos a trompa de vaca ou touro em forma de meia lua. É a deusa da fartura e é ela a quem devemos reverenciar quando queremos garantir êxito no trabalho. Seus poderes são os da compaixão, sabedoria e compreensão.

O aspecto de Mãe recebe o nome de Brigit, a antiga Deusa Celta do fogo.Ela esta associada a fertilidade, sexualidade e ao parto. Seus rituais e invocações são realizados na Lua Cheia. Sua cor é o vermelho e por isso recebe o título de RUBEDO(Senhora do entardecer ou do rubi).

Brigit é a mãe que o possui no ventre o poder de dar a luz uma nova vida. É a rainha da colheita, a mãe do milho e derrama sua abundância por toda a terra. Segura em suas mãos um recipiente com labaredas de fogo, o qual tem o poder de realizar os desejos daqueles que a cultuam. É a Deusa do amor e seus poderes são os da paixão, agilidade e rapidez.

O aspecto de Anciã recebe o nome de Cerridwen, a Grande Deusa Mãe que conhece todos os segredos do Universo. Ela está relacionada ao renascimento e a ligação com os outros mundo. Seus rituais de invocação são realizados na Lua Minguante, que é o seu símbolo. Sua cor é o negro e por isso recebe o título de NIGREDO (Senhora da noite).

Cerridwen é a mãe que conserva todos os poderes da sabedoria e conhecimento. É ao mesmo tempo Deusa parteira e dos mortos, pois o poder que leva as almas para a morte é o mesmo que traz a vida. Do seu ventre parte toda a vida e da vida provém a morte. Segura em suas mãos um caldeirão e das misturas feitas em seu interior ela comanda a sincronicidade de todo o Universo e intervém nos assuntos humanos para auxiliar seus seguidores.

Devido ao aspecto de velha é esta a personificação que representa o conhecimento de todos os mistérios que só a experiência pode proporcionar. É a Deusa da sabedoria do bem e do mal. É ela a quem devemos recorrer e reverenciar nos momentos de dificuldades e anulação de qualquer tipo de malefício.

Ela é a Deusa da paz e do caos. Da harmonia e da desarmonia. Cerridwen já passou pela jovialidade de Rhianon, pela maturidade e entusiasmo de Brigit. Acumulou toda a experiência, que só o tempo pode proporcionar, e distribui a sabedoria por todo o mundo.

A Deusa já foi reverenciada em todas as partes do mundo sobre diferentes nomes e aspectos. Seu nome varia, mas sempre foi venerada como o princípio feminino eterno e estático que está presente em tudo e incluso no nada. Ela é o poder do feminino que dá vida ao mundo e fertiliza a terra.

A Deusa não está ligada somente às manifestações da terra, pois ela representa as forças celestes. Ela é a dona do céu noturno, guardiã dos sentimentos, do interior da alma humana e do destino do homem.
Ela é uma presença contínua que está além do tempo e do espaço.

SOU MAGA SACERDOTISA E FEITICEIRA

"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"
Todas as Deusas são uma Única Deusa pois só existe um Fogo Iniciador e um Princípio de Sabedoria
Sou herdeira das Deusas, Rainhas e Sacerdotisas do passado e as represento hoje aqui trazendo a magia e a força da Grande Mãe à Terra. Nos momentos difíceis da minha vida, nos momentos em que me faltar sabedoria, acredito e tenho a ajuda das minhas antepassadas. Que no momento que eu olhar o céu noturno eu saiba que tenho a mesma força das mulheres e homens que reinaram antes de mim e o fizeram guiados pela Sabedoria da Grande Deusa. Que eu como sacerdotisa da Grande Mãe jamais esqueça o meu caminho e quando isto me ocorrer que sempre e sempre eu me religue ao poder da Terra Mãe e a força do Senhor da Natureza. Que eu não tenha medo de olhar o mundo como minhas antepassadas que reinavam sem medo em suas comunidades, países e reinos. Que eu seja sempre a sacerdotisa que acende a fogueira e conhece todos os caminhos do Grande Rito. Que eu seja a bruxa e a feiticeira, a senhora que conhece os segredos da terra e da magia, que eu seja a Senhora da Vida, senhora do meu próprio destino e rainha de mim mesma exercendo minha própria soberania.Que eu jamais me permita subjugar ou controlar um ser para igualmente jamais ser subjugada e controlada. Que eu sempre me lembre que todos os alimentos com que me nutro, as frutas, as ervas, as sementes e os vegetais, o leite e o pão, os animais que lavram a terra e os seres que voam provem do Útero da Mãe e como tal sejam sempre louvados e abençoados para que a colheita da minha vida, da minha alma seja sempre farta. Que não haja em mim medo da morte e da mortalha e que eu saiba que sempre e sempre ressurgirei para uma nova vida, até que eu tenha toda a sabedoria e possa me deixar levar, minha alma pelas mares do fluxo da Grande Mãe. Que eu jamais tema a mim mesma, e minha face escura de senhora das mortalhas, ceifadora, rainha do caos, amante e feiticeira pois todos as Faces são Uma e nisto esta a sabedoria. Que eu jamais tema a velhice e o tempo em que o sangue sagrado cessa de ser deitado a Terra, pois após a Jovem e a Mãe, sou a Grande Sábia, a Velha Anciã, a sacerdotisa de tempos passados e nisso se conserva toda a minha juventude e sabedoria. Por isso sou maga, sacerdotisa e feiticeira.
Que assim se faça

LIMPEZA XAMANICA

Limpeza Xamânica


As limpezas xamânicas tem por objetivo curar, purificar, renovar e equilibrar nosso corpo físico, mental e espiritual, bem como, o próprio ambiente onde é feita, conectando-nos aos planos mais sutis da natureza. 
 A limpeza xamânica divide-se em quatro etapas:  
- Preparação
- Purificação
- Consagração
- Preservação

Preparação:

Você deve ter uma intenção clara, um propósito:
- Qual o seu objetivo geral?
- Quais as suas intenções específicas?
- Qual o seu propósito?

Após defini-los, escreva e confirme seus objetivos.

Exemplo:
1. Intenção geral: casa próspera e tranqüila.
2. Intenção especifica: harmonia nas relações familiares; prosperidade para os moradores; outras intenções dos demais moradores ou cômodos da casa.
3. Propósito: prosperidade e harmonia constante.
Purificação:

Maneira de desbloquear e energizar os pontos do aposento onde a energia estagnou. A energia estagnada está nos cantos da casa e onde há a doenças, pensamentos negativos e emanações de objetos não adequados ao local.

Dica: Comece por instrumentos mais potentes e depois use os mais refinados à medida que for limpando. Faça a limpeza sempre no sentido anti-horário.

1. Solicite assistência e orações de seus Guias, do Grande Espírito, dos Deuses. Imagine um tubo de luz branco envolvendo todo seu ser e protegendo-o.

2. Antes de limpar, deixe que o ambiente transmita sua mensagem.

3. Na entrada da casa, mentalize o objetivo e ao entrar fique no centro do cômodo e mentalmente diga a intenção e irradie pelo ambiente.

4. Respire profundamente. Sinta a energia fluindo entre suas mãos.

5. Circule no aposento iniciando pelo Norte (pelo costume celta começamos por este quadrante) com o pêndulo na mão esquerda verifique a energia e, com a mão direita, limpe o local com um sino, chocalho, pena, incenso, sálvia, água... Use as correlações com os quatro elementos.

6. Continue circulando e à medida que a energia se torna mais leve, utilize os instrumentos mais refinados. Dê bastante atenção aos nichos, armários e cantos. Quando o cômodo estiver limpo você perceberá as cores mais brilhantes, sons mais claros, respiração fácil e sensação de leveza.

7. Ao final da limpeza, sacuda o corpo, respire fundo e com tempo diminua o ritmo dos movimentos ate parar e fique aberta a energia que circula no seu corpo.
Consagração:

Invocação da energia para dentro da casa. Podem ser usados os mesmo instrumentos mais com objetivos diferentes.

1. Invoque os elementais para trazerem a energia do propósito ao local. Seja específico ao tipo de energia que deseja.

2. Expanda a aura. Para casa toda, invoque o objetivo geral e para cada cômodo, os objetivos específicos. Mantenha todas as portas e janelas abertas. Utilize os instrumentos no sentido horário percorrendo toda a casa, abençoando.

3. Ao terminar faça uma oração de agradecimento.

Preservação:

Para manter e assegurar os campos de energia invocados os protetores e energizadores do lar:

1. Cristais: drusas, quartzo fume, turmalina negra, ametista para proteção do ambiente.

2. Totens: use o seu animal de poder como protetor do ambiente.

3. Preces: as preces ou mantras sutilizam a freqüência do ambiente, aumentando o padrão energético.

4. Objetos sagrados: objetos religiosos e outros que você considera sagrado podem estar espalhado em alguns pontos da casa.

5. Objetos feitos à mão: artesanatos feitos por pessoas com boa energia e consagrados.

6. Objetos naturais: objetos que representam os elementos como: conchas, pedras, plantas etc.

7. Lembre-se de imantar e consagrar os objetos com a energia do seu propósito.
Preparação física e espiritual para a limpeza:

- Dia anterior à limpeza:
Decida os métodos que utilizará.
Faça uma faxina geral na casa.

- Noite anterior:
Opte por uma comida leve ou jejum.
Prepare os utensílios que vai usar defumando-os ou expondo-os ao Sol.
Purifique também as roupas que vai usar.
Antes de dormir, peça ao Grande Espírito, que o prepare em seus sonhos para atuar na limpeza.

- No dia da limpeza:
(ao nascer do sol, início da manhã)
Medite pedindo auxílio aos seus guias pessoais.
Visualize cada cômodo limpo e purificado, a cerimônia concluída e a casa radiante e luminosa.
Tome banho de ervas.
Vista uma roupa adequada e fique descalça.
Estique cada parte do corpo, deixando que a energia circule.
Beba um copo de água energizada.

Limpezas rápidas:

Ar: 1 sino grande e 1 incenso.
Água: Água energizada com cristal
Cristais: turmalina negra, quartzo fume, olho de tigre, ônix
Fogo: 1 vela
Terra: Sal grosso
Procedimento: Acenda a vela com uma prece, espalhe o sal pelo chão, use o sino no sentido anti-horário. Termine borrifando a água no sentido horário.
Estimulando e invocando energia:

Ar: Penas, tambor, chocalho.
Água: Água da fonte ou energizada para espargir.
Fogo: Incenso de sálvia
Terra: Sal grosso
Procedimento: Coloque sal em cada canto com uma prece e defume a sálvia com a pena, no sentido anti-horário. Toque o tambor, chocalho ou sino e borrife a água no sentido horário.
Criando um templo de luz e proteção:

Ar: uma pena
Água: água lunarizada da lua cheia.
Fogo: velas brancas
Terra: 4 cristais brancos
Procedimento: Acenda a vela, limpe o espaço com a pena (no sentido anti-horário) coloque os cristais nos 4 cômodos da casa para criar uma pirâmide etérea. Borrife com a água da lua cheia.
Limpeza sem acessórios:

Faça uma faxina. Abra portas e janelas. Tire fotos e pinturas tristes. Livre-se de objetos que não usa mais, plantas mortas e objetos quebrados. Acenda uma vela, use incenso e ande pela casa no sentido anti-horário, se preferir use a mão para fazer a limpeza. Jogue sal nos cantos (anti-horário). Coloque uma música tranqüila e depois no sentido horário borrife um aroma ou perfume suave pela casa. Coloque flores frescas. Encerre fazendo uma prece e visualizando toda a casa iluminada.

Periodicidade da limpeza:

Toda a casa: 1 a 2 vezes por ano no mínimo. Preferencialmente duas semanas antes do solstício da primavera. Limpeza leve: 1 vez por mês, quando desejar mudar algo na sua vida, depois de uma doença ou sofrimento, depois de hóspede difícil ou experiência negativa no ambiente ou caso sinta-se sempre cansado e esgotado.

Acessórios de apoio:

- Pêndulo.
- Penas de águia, gavião, arara.
- Sálvia para defumar.
- Incenso de lavanda.
- Sal grosso, Carvão, Alho.
- Água do mar, água da fonte, água de rosas, água de flor de laranjeira.
- Tintura de ervas.
- Aromatizador de ambiente especifico.
- Chocalho, Tambor, Sinos.
- Bambu, Cristais, Velas.
- Ervas como: sálvia, arruda, manjericão e louro.

ANMAL DE PODER

Animal de Poder


Este ritual pode-se utilizar música, de preferência indígena ou instrumental. Poderá também ser aplicado em grupo, sob a orientação de um xamã. Em uma noite de lua cheia, tome um banho de ervas, de sua preferência e sal grosso, coloque uma roupa limpa e confortável, dirija-se a um local tranqüilo, se possível ao ar livre.

Acenda uma pequena fogueira, que deverá ser extinta ao final do ritual, tomando os devidos cuidados.

Faça um círculo mágico com pedras previamente escolhidas, sente-se de pernas cruzadas no centro do círculo e de frente para a fogueira que deverá estar fora do círculo. Acenda uma vela branca à sua esquerda e um incenso à sua direita. Tenha à mão um maço de ervas secas de sua preferência, tipo: arruda, alecrim, benjoim, alfazema, etc.

Jogando um punhado de ervas na fogueira, faça a seguinte invocação:

"Que o Grande Espírito esteja comigo hoje e sempre. Eu (diga seu nome), seu (sua) filho (a), peço permissão para iniciar este ritual. Espíritos ancestrais, acendam as chamas dos irmãos animais, para que iluminem meu caminho."

Jogue mais um punhado de ervas na fogueira e diga:

"Ancestrais, antigos aliados, aqueles que trazem a memória do tempo, ouçam meu pedido, sintam minha intenção e estejam comigo. Nas patas do cavalo, nos olhos da coruja, nas asas da águia, nas garras da onça, no bico do gavião, que se acenda em minha alma a força do meu animal guardião."

Jogue mais um punhado de ervas na fogueira e diga:

"Ancestrais, antigos aliados, aqueles que trazem a memória do tempo, ouçam meu pedido, sintam minha intenção e estejam comigo. Nas patas do cavalo, nos olhos da coruja, nas asas da águia, nas garras da onça, no bico do gavião, que se acenda em minha alma a força do meu animal guardião."

Jogue outro punhado de ervas na fogueira. E diga:

"Que meu animal guardião se apresente agora, que eu possa sentí-lo e a ele me religar."

Respire profundamente e deixe a sua mente vagar em busca do animal. Com os olhos fechados, deixe que seu animal se apresente. É possível que vente nesse momento ou ocorra algum fenômeno atmosférico, não se assuste.

Sinta seu corpo, sinta seus pés, sinta as patas do animal fundindo-se aos seus pés e mãos. Sinta suas pernas, braços e tronco. Sinta todas as partes de um animal se fundindo ao seu corpo. Procure se identificar com o animal. A essa altura você já saberá qual é este animal, então sinta a cabeça do animal fundindo-se à sua cabeça.

Agora você é o animal, comece a sentir-se como o animal, não tema pois estará protegido no círculo mágico. Sua mente poderá assumir o animal e explorar o território sob a identidade do animal. Se for um pássaro, poderá voar, se for um peixe experimentará a sensação de nadar, se for um felino sentirá seu poder e assim por diante. Concentre-se no animal e experimente o seu poder, seja o animal, viva o animal.

Este ritual poderá durar horas ou minutos, dependerá exclusivamente de você. Quando quiser finalizar o ritual, agradeça ao Grande Espírito e as entidades presentes, por esta experiência, bata palma três vezes, dizendo:
"Este ritual está encerrado". Apague a fogueira, desfaça o círculo.

Se não consiguir despertar seu animal, no primeiro ritual, faça a seguinte oração:

"Espíritos antigos, meus ancestrais, em nome do Grande Espírito, ouçam minha oração, revelem-me em sonho meu animal guardião." Repita o ritual na próxima Lua Cheia

OS XAMÃS

Os Xamãs


"Os Xamãs não são celtas e nem druidas, eles se assemelham apenas nas práticas mágicas para entrar em contato com o Outro Mundo, através de práticas xamânicas que levam a um estado alterado de consciência e de profecia."
O Xamanismo nasce com a origem dos tempos, vem de ancestrais culturas que já existiram na Terra, antes da civilização humana, quando todas as nossas relações eram honradas e quando sabíamos conversar com os animais, com as plantas, com as montanhas e serras, com os desertos, planícies, com os rios e lagos, com os ventos e a chuva, com as cavernas no útero da Pachamamma, a Mãe Terra.
Sua origem não tem raízes históricas ou geográficas, mas se perde no tempo. Práticas xamânicas foram encontradas em cavernas na china, há pelo menos 80.000 anos, o que se pressupõe que ele é mais antigo. Traços do Xamanismo podem ser encontrados em muitas religiões e tradições e pode-se dizer que é a mais antiga disciplina médica e psicológica da humanidade.
Historicamente o uso da palavra Xamanismo vem da Sibéria, de onde passaria ao Novo Mundo durante as migrações que povoaram o continente americano, desde 1000 a. C. O Xamanismo original floresceu na Ásia Central e setentrional (povos turco-mongóis, himalaios e árticos).
A maior parte dos especialistas estão de acordo em estender a ação do Xamanismo à Coréia e ao Japão, passando pelos povos fronteiriços do Tibet, China e Índia, até a Indochina e a América.
Mas quem eram os Xamãs? Eram homens e mulheres capazes de entrar em transe, de estabelecer uma ponte entre este mundo e o outro, viajar nas dimensões inferiores, medianas e superiores, capazes de curar, guardiões da história oral de seu povo. Em Jung, vamos entender essa condição, como a possibilidade de acessar o inconsciente coletivo da humanidade, pelo simbólico, pelo imaginário, pela força dos arquétipos.
Xamãs eram assim designados no dialeto local. O termo foi incorporado no trabalho de Mircea e se consagrou para definir os yayés, os shabonos e os magistas de várias nações que tem o mesmo poder, ser ponte entre mundos.
Hoje, antropólogos utilizam o termo para se referirem a pessoas de uma grande variedade de culturas não ocidentais, que são conhecidas por palavras tais como: bruxo, feiticeiro, curandeiro, mago, mágico, vidente... Aqui no Brasil, utilizam o nome pajé, na América do Norte, Medicine-Man ou Medicine Women, na América Central, Curandeiros ou Feiticeiros.
Um Xamã é, na maioria das vezes, um curador ferido que, ao vivenciar situações extremas de doença física, mental, espiritual ou emocional, tendo estado em contato com o mal, torna-se apto a realizar ações para promover a cura em si mesmo, nas outras pessoas e em relação ao planeta.
Atualmente, há uma tendência desses profissionais que se intitulam "Xamãs Urbanos". São médicos, pedagogos, psicólogos, jornalistas, sociólogos, educadores, ecologistas, artesãos, musicistas, terapeutas holísticos, que usam antigos ensinamentos que proporcionam cura, bem estar e crescimento pessoal, ao promover atendimentos individuais ou em grupo.
Alguns desses ensinamentos têm sua base na observação da natureza e seus sinais: Sol, Lua, terra, água, fogo, ar, animais, plantas, vento, ciclos, etc... Ao observarem atentamente essa vida que há em toda a natureza e suas manifestações, ao aprender a ler no Livro da Natureza, como os xamãs de antigamente, podem perceber sua conexão com o todo e se abrir para o aprendizado daquilo que realmente somos.
Aprendendo as lições dos animais, das plantas e das pedras, da terra, do fogo, do ar e da água, tornam-se capazes de elevar a consciência e se relacionar com outras realidades e dimensões, assim como manter plena harmonia com a natureza, possibilitando a total integração de seus corpos físico, mental, emocional e espiritual.
Em algumas correntes, vamos ter os que se utilizam as plantas de poder, ou medicinas sagradas (ayuasca, coca, peyote, amanita muscaria, etc.) para alcançar os estados alterados de consciência, parte importante das práticas Xamânicas. É importante lembrar que a religiosidade, sistema de crenças de um povo, não é Xamanismo.
O Xamanismo não é uma religião e sim um conjunto de métodos, noções e práticas de alteração, ampliação, da percepção e da consciência ordenados para obter o contato com o universo paralelo, mesmo invisível, dos espíritos e o apoio destes para gerir os assuntos humanos, no sentido em que hoje se chamaria de terapêutico.
A prática do Xamanismo utiliza-se do trabalho como as rodas de cura, o som dos tambores, chocalhos, ossos, ervas, animais, minerais, direções sagradas, rituais, jornadas xamânicas, contato com seres espirituais, ritmos, danças e movimentos corporais, conexão com os elementos da natureza: água, terra, ar, fogo, cristais, pedras, argila, etc, são técnicas de cura e purificação das dimensões físico, emocional, mental e espiritual do ser humano.
"Eu sou Águia Prateada, e falei, com amor incondicional,
por todas as nossas relações."
Oração Lakota
"Wakan Tanka, Grande Mistério,
Ensine-me a confiar
Em meu coração,
Em minha mente,
Em minha intuição,
Em minha sabedoria interna,
Nos sentidos de meu corpo,
Nas bênçãos do meu espírito.
Ensine-me a confiar nestas coisas,
Para que possa entrar em meu Espaço Sagrado
E amar além do meu medo,
E assim caminhar com beleza
Com a passagem de cada Sol Glorioso".
"De acordo com o povo nativo:
O Espaço Sagrado é o espaço
Entre a exalação e a inspiração.
E caminhar com beleza:
É ter o Céu, a espiritualidade,
E a Terra, o físico, em harmonia."

XAMANISMO

Xamanismo


O Xamanismo é uma filosofia de vida muito antiga, que visa o reencontro do homem com os ensinamentos e fluxo da natureza e com seu próprio mundo interior. Sua origem é um conjunto de ensinamentos milenares que, através da tradição de tribos indígenas do mundo todo, foram sendo passadas até os dias de hoje.
Esses ensinamentos são baseados na observação da natureza e seus sinais: Sol, Lua, Terra, Água, Fogo, Ar, Animais, Plantas, Vento, Ciclos, e assim por diante. Pode-se considerar o Xamanismo como a verdadeira arte de viver.
Ao observarem o ciclo da natureza e suas manifestações, os antigos xamãs puderam perceber sua conexão com o todo.
Desta forma, se abriram para o aprendizado daquilo que realmente somos e tornaram-se capazes de elevar a consciência e se relacionar com outras realidades e dimensões, assim como manter plena e perfeita harmonia com a natureza, possibilitando a total integração de seus corpos físico, mental, emocional e espiritual.
A prática do Xamanismo utiliza-se do trabalho com: ervas, direções sagradas, rituais, jornadas Xamânicas, contato com natureza e seres espirituais, ritmos, danças e movimentos corporais, elementos básicos da natureza (água, terra, ar, fogo, cristais, pedras, argila, etc...), cirurgias espirituais e técnicas de cura e purificação dos corpos físico, emocional, mental e espiritual, entre outras coisas. Atualmente, está havendo um resgate dos conhecimentos do Xamanismo a fim de aplicá-los no dia a dia, buscando elevar a consciência e alcançar novamente o equilíbrio.
O Xamanismo tem como objetivos básicos: reconectar o ser com sua sabedoria interior, conexão com a multidimensionalidade do ser humano, ancoragem do poder pessoal, conexão com seres espirituais, limpeza dos corpos físico e sutis, limpeza e harmonização de ambientes, harmonização plena do ser, conscientização do aspecto espiritual de cada um e de sua inter-relação com a natureza e com o planeta a que pertence, ativação das habilidades de coragem, força e sabedoria para lidar com questões generalizadas, curas e prevenção de distúrbios e doenças.
O conceito básico da cura Xamânica é que "Ninguém cura o outro. A cura está dentro de cada um”. Percebendo que os corpos visíveis são somente símbolos de forças invisíveis os anciãos trabalham o poder divino através da manifestação dos reinos da natureza...
A era de ouro reconhece as coisas vivas de um ponto de vista que Deus pode ser perfeitamente compreendido através da suprema manifestação de sua força de trabalho: a Natureza. "Cada criatura existente manifesta um aspecto da inteligência e poder do Grande e Eterno criador".
Quem pratica a Magia certamente já se deparou com o Xamanismo e com a cultura celta. Mas provavelmente nunca os colocou juntos numa mesma frase, porque aparentemente uma coisa não tem nada a ver com a outra.
O escritor e pesquisador John Matthews, também pensava assim, até que suas pesquisas o levaram a desenterrar a ponte entre essas duas tradições.
"O Xamanismo Celta se perdeu por volta do século 6 d.C., provavelmente pelo advento do cristianismo, numa época em que tudo que era relacionado ao paganismo estava desaparecendo ou tendo que se esconder". Matthews sustenta, no entanto, que muitos dos primeiros exploradores cristãos eram xamãs, apesar de não se chamarem assim. O Xamanismo Celta entrou então na clandestinidade, ressurgindo séculos mais tarde em práticas espirituais como o Witchcraft ou Bruxaria.
O Xamanismo é a prática espiritual mais antiga. "Numa certa época, era praticado no mundo inteiro", afirma John Matthews.
"E quase todas as religiões têm elementos xamânicos, ainda que estes não apareçam com freqüência". O principal destes elementos que definem o Xamanismo é a crença de que tudo é sagrado e divino.
"O xamã se torna uno com a natureza, com o planeta, e se comunica com os espíritos dos animais e de todas as coisas que crescem". E isto, diz Matthews, é a linha mestra de todo o xamanismo - seja ele norte americano, siberiano, brasileiro, celta. É o que ele chama de "core shamanism", as principais práticas que estão presentes no Xamanismo de qualquer cultura. E o centro do trabalho do xamã é a jornada.
Os toques de tambor transportam o "viajante" a um transe onde ele encontrará seus animais de poder, guias e espíritos, que o levarão ao que é preciso ver, descobrir ou curar. É uma jornada para dentro, mas não exclusivamente interior. Acesso a um mundo espiritual que também está fora de nós, ainda que o vejamos sob o filtro da nossa própria história.
"Com a jornada xamânica, convidamos este mundo, que está fora de nós, para que entre". O que encontraremos nessa viagem depende da cultura de cada um, do contexto e da necessidade psicológica e espiritual."

ONDE ESTA AVALON

Onde está Avalon?


A colina do Tor era a que poderia ser considerado o acesso à mística Ilha de Avalon. Dizem que o mar chegava até esse local e era um lugar rodeado pelas águas e conhecido como Avalon, cujo nome de reminiscência artúrica significa Ilha das Maçãs e em algumas antigas culturas, essas frutas representavam a imortalidade. Nela, descansavam os mortos antes de voltar a renascer. Segundo a lenda, o rei Arthur, depois da batalha em Camelot, foi levado a Avalon de onde voltaria algum dia. Inclusive a bruma que costuma cobrir a região que os habitantes locais chamam de "A Dama Branca", evoca a névoa da mística de Avalon.
Além do mais, esse lugar está localizado no condado de Somerset, nome que poderia aludir ao Reino de Verão, com o qual sonhavam Merlin e Arthur, como uma terra na qual as coisas poderiam ser diferentes para todos os homens e mulheres. Segundo as tradições galesas, Avalon, também chamada Ilha dos Afortunados, era um mundo feminino onde reina Morgana.
Este local enigmático, o Tor ou colina no idioma gaélico, com 176 metros de altura e uma colina de pedras no seu topo, possui grandes forças telúricas, iguais de Stonehenge e Avebury, formando um triângulo, símbolo do fogo, elemento de transmutação e renovação espiritual. Exatamente neste local houve a construção de duas igrejas, a primeira foi destruída por incêndios e da segunda existe apenas a torre.
Glastonbury anteriormente era Ynnis-Witrin ou a Ilha de Avalon, e estes são os nomes mais conhecidos. Ynnis Witrin é conhecida como: a Ilha de Cristal, pois os celtas chamavam esta área de "Ynnisvitrin", a Ilha do Vaso, a Ilha Brilhante, com base na cor do rio e na velha palavra britânica. O nome Avalon é originário da época do rei Avallach ou Avalloc e das histórias do Graal.

A ILHA SAGRADA

A Ilha Sagrada


Geoffrey de Monmouth, historiador do século XII, se refere a Avalon como "Insulis Avallonis", que se traduz por Ilha das Maçãs, num claro simbolismo paradisíaco. A ilha é ainda associada às místicas ilhas Afortunatas, situada em águas ocidentais.
Avalon, a lendária ilha, onde Excalibur, a espada do Rei Arthur, foi forjada e para onde o próprio rei tinha voltado vitorioso depois da sua última batalha, para ser curado de um ferimento mortal. A ilha sagrada é regida por Morgana, sacerdotisa e feiticeira, rodeada por nove donzelas sacerdotisas, responsável pela cura de Arthur.
Sendo um lugar misterioso e sobrenatural, associada a Glastonbury, Avalon é a ilha onde Arthur permanece vivo, através de artes mágicas, esperando a hora do regresso.
Abadia de Glastonbury
Abadia de Glastonbury - Inglaterra

Quando, em 1191, os monges de Glastonbury encontraram a suposta sepultura de Arthur, no cimo de um pequeno monte, que dantes se encontrava circundado de água, disseram ser este o local da mítica ilha de Avalon. A inscrição no túmulo dizia:
"Aqui jaz, enterrado na Ilha de Avalon, o conhecido Rei Arthur".
Em uma posição de poder e conhecimento, Morgana confere às mulheres uma importante retomada de sua posição forte no culto às Deusas. O mosteiro de Glastonbury tem a tradição de ter sido fundado por José de Arimatéia, onde contam, teria trazido o Santo Graal para as Ilhas Britânicas e por isso é um lugar ligado à busca do Graal.
Ynis Afallach
O único valor concebível para a inscrição desse túmulo, é dar nome da sua localização para identificar Glastonbury como a Ilha de Avalon.
A crônica de Margan explica, portanto, as inscrições: "pois o lugar (Glastonbury) era no passado cercado por pântanos, e foi chamado de Ilha de Avalon, que é a ilha das maçãs. Pois Aval significa maçã em britânico". Gerald elabora o mesmo tema, dizendo que maçãs costumavam abundar o local. Ele se apoia na Vita Merlini de Geoffrey para acrescentar que "Morgan, um nobre que era governante da região e intimamente relacionado a Arthur (nas fontes posteriores), leva-o para a ilha agora chamada Glastonbury, para curar os seus ferimentos" (Thorpe, 1978).
Avalon de Geoffrey não é em Glastonbury e sim uma rota para Avalon. Seria uma ilha no mar e não uma antiga fundação eclesiástica. A inscrição no túmulo parece querer harmonizar uma idéia estabelecida de que o ultimo local de descanso de Arthur teria sido Avalon com o fato de que o seu corpo foi descoberto em Glastonbury. Isso não pode significar que a inscrição na cruz do seu suposto túmulo, seja posterior a Geoffrey, podendo ser, portanto, na melhor das hipóteses, apenas uma geração mais antiga do que o seu descobrimento.
Esses registros da Abadia de Glastonbury foram amplamente reproduzidos por William de Malmesbury. Entretanto, logo foram revisados a luz de Geoffrey de Monmouth e aumentaram o interesse pelo material Arthuriano, tomando difícil desemaranhar as várias hipóteses. Gerald confirma que, pela época da sua visita, Arthur estava "muito admirado com a história do excelente mosteiro de Glastonbury, do qual ele mesmo foi no seu tempo um instinto patrono e um generoso doador e defensor" (Thorpe 1978), uma característica a que Caradoc de Llancarfan aludiu.
A descoberta do corpo de Arthur tem sido ultimamente vista como rota para a Ilha de Avalon. Se ele não se recuperou e morreu ali, poderia muito bem se esperar que ele fosse enterrado no local. Para os etimologistas do século XII, estava claro que Glastonbury era um nome inglês e que, se a fundação é anterior à conquista saxônica, deve ter tido um antigo nome britânico. Os saxões chamaram Glastonbury de Ilha de Vidro e os galeses optaram por chamar Avalon de "Ynis Afallach".
Ilha de Avalon
Avalon, minha razão e minha emoção,
Minha alegria e minha tristeza.
As brumas sempre voltam ao amanhecer.
Antes eram mais amenas com certeza
E os mundos quase podiam se tocar.
Mas algo foi lançado ao vento.
As brumas encobriram tudo novamente,
Ocultando aquilo que maculou o sentimento.
O templo é a essência do que restou,
Lá nada é passageiro.
Pela honra do código dos filhos de Avalon,
O que se sente é verdadeiro.
A força que atravessou o tempo e o espaço,
É vivido no momento presente.
O futuro é o presente que se vive agora.
Avalon, a ilha sagrada, ressurge plenamente
Para quem quiser crescer, amar e arriscar
Sem medo de nada perder.
Pois apenas se perde
Aquilo que não se pode viver!

AVALON E AS DEUSAS

Avalon e as Deusas (atualizado)


Nos contos do Mabinogion e no Ciclo Irlandês, podemos observar a busca pelas Deusas de Avalon e suas múltiplas facetas, invocadas na imagem de rainhas, sacerdotisas, Deusas... Mulheres que normalmente desempenhavam um papel importante nas terras célticas, qualificadas nos dons da cura e da soberania, tanto na criação como na transformação. Elas foram conhecidas como as mantenedoras dos mistérios divinos.
As Deusas que possuem uma forte ligação com a Ilha Sagrada de Avalon, são as Deusas irlandesas: Dana, Brighid e Morrighan. Além das Deusas galesas, conhecidas como as guardiãs dos mistérios: Arianrhod, Blodeuwedd, Branwen, Cerridwen e Rhiannon.
Dana - Deusa Mãe da Irlanda
"Filhos da Deusa irlandesa Dana ou Danann, representa o clã da unidade familiar."
Deusa da fertilidade, da vida e da abundância. Dana ou Danu era a Deusa-mãe da tribo dos Tuatha Dé Danann, povos da Deusa ou tribos de Dana. Seu nome significa "Conhecimento", alguns estudiosos acreditam que Dana e Ana sejam a mesma divindade.
Os membros da tribo que permaneceram na Irlanda formaram os "Daoine Sídhe", que literalmente significa "Povo das fadas". Habitantes do Sídhe ou colinas sagradas, os povos do Outro Mundo ou Avalon, a Ilha da Eterna Juventude (Tir na nÓg), conhecidos também como "Os que sempre vivem", pois guardavam o segredo da imortalidade.
Brighid - Deusa amada por todos
"Bride tem um pomar, doce jardim do outro lado da montanha
Maçãs crescem nas árvores e são colhidas duas vezes por ano
As abelhas fazem mel que levam para todas as direções cardeais
Aspergindo doçura sobre todas as estradas do meu amor."
A Senhora da inspiração poética (o imbas ou awen sagrado), da cura e da fertilidade. Brighid é a Deusa da forja, da arte, da poesia e da cura, além de ter uma forte ligação com os bardos e os xamãs. Brighid também é a Deusa do fogo sagrado, a centelha da vida, que até os dias de hoje conserva-se o costume do fogo perpétuo, mantido no seu templo, que fica na província de Leinste, leste da Irlanda.
Nos mitos arthurianos, a espada que simboliza Arthur é Excalibur, forjada por mulheres em Avalon, na Ilha das Maçãs. Brighid também tinha um pomar mágico de maçãs, na qual as abelhas viajavam para obter seu néctar abençoado. Filha de Dagda é associada à Imbolc e as águas doces de poços ou fontes, que ficavam próximos às colinas feéricas, além de ser considerada à guardiã dos poços sagrados.
Morrighan - A Grande Rainha
"Morrigan, a filha de Ernmas, prosseguiu para anunciar a batalha e a grande vitória."
Deusa da guerra e do amor físico, Morrighan, em gaélico irlandês é Mhór Ríoghain, a Grande Rainha, patrona dos campos de batalha. Senhora Suprema da Guerra, possuía uma forma mutável e o poder mágico de predizer o futuro. Os mitos nos dizem que ela faz parte da tribo dos Tuatha Dé Danann.
Morrighan se envolve com o herói celta CuChulainn, no ciclo de Ulster, em "O Roubo do Gado de Regamna". Cuchulainn encontra Morrighan dirigindo uma novilha em seu território, não reconhece a Deusa e dirige-lhe vários insultos, enigmaticamente, ela diz: "Eu guardo a sua morte."
Outra referência são os mitos arthurianos, na batalha final de Camelan, Arthur é retirado dos campos de guerra por Morgan Le Fay, fazendo uma alusão à Deusa Morrighan, quando ele, finalmente, é levado para Avalon.
Arianrhod - A Roda de Prata
"Arianrhod de aspecto louvável é a madrugada da serenidade."
Arianrhod, a virgem que dá a luz aos filhos Lleu e Dylan, depois de passar num teste de magia feito pelo seu tio, Math. Filha de Dôn e Belenos, irmã de Gwydion, é a Deusa da terra e da fertilidade, na tradição galesa. Senhora do renascimento em Avalon, associada à constelação Corona Borealis, seu nome literalmente significa "Roda Prateada" e sua morada nas estrelas é conhecida como a espiral da vida.
Seu castelo estelar também é chamado “Caer Arianrhod”, sendo considerada a guardiã da torre de vidro entre os mundos. Arianrhod é a representação da Mãe que é sempre virgem, pura. Aquela que dá à luz, mas que não pertence a nenhum homem.
Blodeuwedd - Deusa do Amanhecer
"Nove poderes de nove flores,
Nove poderes em mim combinados;
Nove botões de plantas e árvores...
Longos e brancos são meus dedos,
Como a nona onda do mar."
Blodeuwedd é reverenciada em Avalon como a Deusa dos novos começos e da capacidade de renovação. Sua história pode ser encontrada no trecho do Mabinogion chamado de Math, filho de Mathonwy, que foi feita a partir de nove tipos de flores silvestres, por Math e Gwydion, para ser a esposa de Lleu (filho de Arianrhod), que depois foi transformada em coruja por causa da sua traição contra o marido.
Existem muito mais nessa história do que os olhos podem perceber... O nome Blodeuwedd significa "Rosto de Flor", representada muitas vezes, como um lírio branco. Deusa do amanhecer nos mitos galeses é associação à coruja e aos mistérios de Avalon.
Branwen - A filha de Llyr
"Ela foi uma das três matriarcais da ilha, a mulher mais bela do mundo!"
A Deusa Branwen é a personificação da soberania e a representação suprema de Avalon. Há um capítulo inteiro do Mabinogion que carrega seu nome - Branwen, a filha de Llyr. O Corvo Branco e irmã de Bran, o Abençoado. Tornou-se Rainha da Irlanda e posteriormente, foi extremamente maltratada por seu marido, ao insultar o povo irlandês.
Branwen foi obrigada a trabalhar como copeira e da sua cozinha-prisão, treinou um estorninho para levar mensagens de volta ao País de Gales, descrevendo sua situação e pedindo ajuda. Bran liderou uma expedição para resgatá-la, mas foi ferido mortalmente e Branwen morreu de tristeza ao saber. Branwen é a Deusa galesa do amor e da justiça.
Cerridwen - A Senhora do Caldeirão
"Eu obtive minha Inspiração do caldeirão de Cerridwen."
Nos contos de “Hanes Taliesin”, Cerridwen é reverenciada em Avalon como uma sábia anciã. É a Deusa galesa da transformação, cujo o caldeirão adentramos para renascer. O caldeirão é um dos principais símbolos de Cerridwen, associado à fertilidade, a regeneração e ao renascimento.
O Bardo Taliesin, Druida da corte do rei Arthur, nascera de Cerridwen e se tornara-se um grande mago, após tomar algumas gotas de uma poderosa poção que Cerridwen preparava para o seu filho, Avagddu, no Caldeirão da Inspiração.
O caldeirão também é uma analogia ao Graal, que pode curar todos os males, reviver os mortos e curar os enfermos. Cerridwen vive ao lado de um lago, em Avalon, sendo a detentora do Caldeirão da vida e da morte.
Rhiannon - A protetora dos cavalos
"E os pássaros de Rhiannon...
Cantavam para Ela lá no Outro Mundo,
Trazendo-lhe muitas alegrias."
Rhiannon é representada pela égua branca, a rainha galesa do Outro Mundo, cujos pássaros poderiam confortar as almas sofredoras. É a Deusa dos encantamentos e da fertilidade, equivalente à Macha, na mitologia irlandesa e Epona, na mitologia galesa. Rhiannon teve seu filho roubado logo que ele nasceu e foi acusada, injustamente, por sua morte, descrito nos contos do Mabinogion em Pwyll, o Príncipe de Dyfed.
Sua poderosa presença é evocada em Avalon, por sua personalidade única e de origem misteriosa. É a Rainha soberana, que transmite todo seu poder através das suas palavras, inspirando-nos à sabedoria e a paciência. Que assim seja!
Um breve comentário...
As Deusas de Avalon não são apenas mulheres lindas e misteriosas, são fortes referências de uma antiga religião druídica, muito além das ilusões criadas pelo homem.
A metáfora fortalece os mitos para que, através das lendas, possam se propagar pelos séculos afora, rompendo a barreira do tempo, jamais se esquecendo que a verdadeira força está no equilíbrio... As Deusas, em suas diferentes faces, representam à energia criadora de todas as coisas viventes e possuem funções específicas, tais como: soberania, guerra (bravura) e proteção, além dos seus próprios atributos individuais.
Essa é a mensagem de Avalon, as Deusas celtas e dos mistérios arthurianos. Quando a dedicação é sincera e a busca constante, os caminhos se abrem e a verdade sempre nos é revelada. Bênçãos plenas do Céu, da Terra e do Mar!

O CHAMADO DE AVALON

O Chamado de Avalon


A ilha sagrada de Avalon é linda e serena, mas somente para aqueles que preservam a sinceridade no coração. Além das brumas, a madrugada esmorece para dar lugar ao nascer do Sol e finalmente, a inspiração sagrada dos Deuses emerge através do tempo.
Invoco, com um suave canto, a fonte sagrada e sinto o seu frescor em minha face.
Avalon sempre existiu... Uma terra de amor e beleza, onde viver era simples como respirar. As pessoas corriam livres pelos campos e de nada se arrependiam, pois não havia motivos para ser aquilo que não se era. Poucos ainda se lembram dos campos floridos e das flores que vibravam em outras tonalidades.
Tudo era diferente. Muitos buscam novamente Avalon, mas este tempo não existe mais. A inocência era virtude e a verdade, qualidade.
As brumas se elevam e nos trazem recordações de um tempo distante... Nossos ritos eram sagrados, porque assim nos foi ensinado. Lá, não havia tradições nem contradições, só havia o amor. Simples como acordar e olhar o céu, sereno como contemplar o brilho das estrelas e como reverenciar o Sol e a Lua.
A Lua, sim, ela era mais límpida, como os nossos corações. Muitos estão aqui hoje, mas poucos se lembram, apenas sentem saudades do lugar. Avalon se foi apenas por ser bela, ninguém entende. Virtudes hoje são defeitos.
Mas onde está o caminho que nos leva de volta? Não sei, mas ainda está lá!
O véu da maldade encobriu tudo e as ervas daninhas cercaram todo o caminho em volta. Por que o desespero? Você escolheu viver em um mundo que não era seu. Mas Avalon ainda existe... Linda e serena.
Sinceridade é a verdade que não se esconde e nem se encobre. Você sabe porque já sentiu, mas mentiu e renegou suas origens, como muitos que escolheram o mundo das ilusões.
Avalon se foi, triste por mais um filho que perdeu. Como se enganam os que não acreditam. Não é apenas uma lenda, é um fato!
Alguns já sabem e estão voltando. Dura realidade, o coração não entende, se ilude, ama, mas não vai realmente atrás daquilo que se quer. Tudo em nome do ter antes de ser. Mas a vida empurra e a alma finalmente se liberta.
Voltei somente para avisar, mas não havia ninguém. Muito foi falado, poucos ouviram, alguns ainda entenderam, mas os verdadeiros filhos se foram. Não resta mais nada a fazer... Chamo a barca que nos levará de volta, além das brumas do tempo e do espaço, pois não consigo mais distinguir seus corações.
Seus ritos são apenas de morte, não existe mais renovação, somente o ego que se fortaleceu.
Avalon está lá, eu sei, mas não para aqueles que buscam o conto de fadas. Ao acordar, todos irão sentir que algo se foi. Sim, eu digo a vocês, se foi a inocência de ser simples e natural. Restou apenas a nuvem pesada dos pensamentos maculados e das atitudes mal pensadas.
Os bardos chegaram e não me resta mais nada a dizer, levo apenas aqueles que entendem que a beleza é infinita. Fiquem no seu ambiente que não é real.
- "Venha, aqui não é o seu lugar, transpasse as brumas e esqueça este mundo que não lhe pertence. Amanhã você não mais se lembrará."
Avalon se foi para nunca mais voltar e apenas retornará se o canto novamente souber invocar. Assim falou Morgana, através da sagrada inspiração... Awen!
Sagrada Sincronia
Em uma longa estrada
A vida percorre caminhos
Muda o rumo da jornada
Um sussurro leve e tristonho
Vozes que se perdem pela brisa
Muitas almas, duas vidas e um sonho...
Um mundo que começa a girar
Sem nenhuma razão para ficar
Doce melodia que não ousa calar
Ouça agora a voz do coração,
Além da misteriosa ilha de Avalon,
Perfeita harmonia repleta de emoção
Fluindo através da magia,
Presente na fina névoa de prata
Que brilha nessa mais bela sincronia!

AVALON A TERRA DOS DEUSES

Avalon a Terra dos Deuses


Avalon, a terra dos Deuses, a ilha das maçãs... Reino perfeito de amor e beleza, a busca constante de todo o ser humano que, apesar de suas desilusões, ainda cultiva a esperança de fazer deste mundo uma lenda real, ou seja, um lugar melhor para se viver.
Para os irlandeses o Outro Mundo é Tir na nÓg, a ilha da Eterna Juventude. Para os galeses o Outro Mundo é Annwn, Ynys Afallach ou Avalon das lendas arthurianas. E para os gauleses o Outro Mundo é Avallon, a ilha das Maçãs, local das macieiras da sabedoria responsáveis pela imortalidade, onde a doença e a morte não existem.
Para nós o Outro Mundo é Avalon, associada aos seres mortais e imortais ou seres feéricos, como os Tuatha Dé Danann, Arthur e seus companheiros, Morgana, Nimue e Merlin, o mago. Um lugar de eterna beleza e felicidade, onde a música, a dança, a arte e todas as atividades prazerosas se reúnem; descrito no conto irlandês de Oisín e Niamh.
"A Terra da Promessa, espécie de paraíso celta, às vezes chamado Emain Ablach, nome no qual se encontra o termo que designa as macieiras, o que remete para a ilha de Avalon da lenda arthuriaria." (Jean Markale - A Grande Epopéia dos Celtas).
A maçã representa a imortalidade, o conhecimento e a magia. Existem vários relatos referentes a sua simbologia e às viagens célticas, conhecidas como Immran, ao Outro Mundo, supostamente, uma realidade contígua à realidade comum.
Os Immram são jornadas místicas, nas quais o herói é atraído por uma fada, que lhe entrega um ramo de maçã e o convida para ir ao Outro Mundo, como em "A Viagem de Bran, filho de Fébal", uma analogia a Avalon e a Morgana. "Além disso, é de crer que a mulher feérica que leva um ramo de macieira de Emain ao herói Bran, filho de Fébal, antes de levá-lo a empreender uma estranha navegação, seja a própria Morrigane." (Jean Markale - A Grande Epopéia dos Celtas).
Outro Immram que relata "A Viagem de Maelduin" trata da busca do herói pelos assassinos de seu pai. "Na tradição celta, dois fatores são constantes: o Outro Mundo fica do outro lado da água; e a direção da jornada geralmente é oeste." (Caitlín Matthews - O Livro Celta dos Mortos).
Tor em Glastonbury
Tor em Glastonbury - Inglaterra
Avalon também recebe o nome de Ilha Afortunada, pois suas colheitas são fartas e abundantes. Diz a lenda que, era governada por Morgana e suas nove irmãs, sacerdotisas guardiãs do caldeirão do renascimento, símbolo da Deusa Mãe, capaz de curar todos os males. Além de evocar as brumas para adentrarem à ilha encantada.
Avalon está associada a Caer Siddi (Fortaleza das Fadas), o Outro Mundo ou Annwn, o sidhe (colinas) d’Aqueles Que Vivem Para Sempre... Ilha feérica, onde apenas o povo das fadas e os nobres cavalheiros de alma pura podiam adentrar.
"Existia em Caer Siddi uma fonte que jorrava vinho doce e onde o envelhecimento e a doença eram desconhecidos. Entre os seus tesouros havia um caldeirão mágico, tema diretamente ligado à abundância existente na Ilha das Maçãs." (Ellis, 1992 - Geoffroy de Monmouth, Vita Merlini e Jean Markale - A Grande Epopéia dos Celtas).
Na mitologia céltica existem vários mitos sobre as três propriedades inesgotáveis do caldeirão: inspiração, regeneração e fertilidade. O Grande Dagda possuía um caldeirão proveniente da cidade de Múrias. Ao provar dele, ninguém passava fome, (Ellis, 1992). Matholwch recebera o caldeirão do renascimento do Deus Bran e com ele era possível ressuscitar um morto, mas que perderia a capacidade de falar. (Mabinogion, 1988).
"Na tradição galesa a história de Taliesin oferece um exemplo do caldeirão do renascimento, após a luta de transformação e metempsicose - transmigração da alma de um corpo para outro - da Deusa Cerridwen e Gwion." (J. A. Macculloch - A Religião dos Antigos Celtas).
O caldeirão, mais tarde, deu origem ao mito do Graal, inicialmente nas obras de Chrétien de Troyes. Com a sua cristianização em fins do século XII, o conteúdo do cálice passou a ser o sangue de Cristo. Simbolizando o conhecimento e o alimento da alma. A propósito da temporalidade do Outro Mundo, representada pela "Insula Pomorum", a Ilha Paradisíaca, onde a passagem do tempo não é percebida pelos humanos que para lá vão, como pode ser visto nos relatos sobre Bran. (Jacques Le Goff, 1993).
A ilha sagrada de Avalon não existe nas dimensões de tempo e espaço conhecidos por nós. Ao longo dos séculos, as pessoas tentam localizá-la, em locais como: a Irlanda, o País de Gales, a Cornualha, a Bretanha e a Ilha de Man.
"A identificação de Avallon com Glastonbury é, provavelmente uma referência pós-pagão." (J. A. Macculloch - A Religião dos Antigos Celtas).
A cidade de Glastonbury, em Somerset na Inglaterra, é particularmente associada a Tor em GlastonburyAvalon, através dos seus mitos e lendas locais, relacionando a colina do Tor como sendo a entrada do Annwn, a terra dos mortos na tradição galesa, o lar de Gwynn ap Nud, o rei das fadas e guardião do submundo. Descendo a colina do Tor, em meio aos carvalhos, chega-se a "Chalice Well Gardens", os Jardins do Cálice Sagrado, onde existe uma fonte de água avermelhada com propriedades curativas, reforçando o mito do Santo Graal.
O Templo de Avalon  
Invisíveis aos olhos descrentes, as brumas revelam seus mistérios apenas aos que servem o princípio maior, junto aos Deuses. A lenda se torna realidade, mas o medo, como sempre, é o grande desafio daqueles que estão na travessia deste portal, prestes a desvendar os segredos do Outro Mundo.
Avalon é o templo do mundo interior, a terra da eterna magia e o saber ancestral, que oferece iniciação e esclarecimento a todos que ingressam nessa jornada. E, somente, aqueles que compreendem que a vida é infinita em suas possibilidades poderão abrir as portas deste mundo etéreo.
Avalon se apresenta nos corações daqueles que são sinceros e seguem o que lhes foi traçado pelos Deuses. Nunca duvide daquilo que foi revelado. A luz do conhecimento é a divina inspiração que nos chama, a todo instante, ao sagrado caminho, mas somente nós é que poderemos tecer o fio desse destino.
O universo nos coloca, sincronicamente, em caminhos que irão modificar não apenas a nossa existência, mas toda a realidade que nos cerca. 
A espiritualidade é a energia presente em todos nós, é a essência da vida que nos leva ao equilíbrio e a plenitude. Através da sensibilidade e da intuição começamos a discernir aquilo que é melhor e o que realmente faz a nossa alma feliz.
Avalon é a lenda que nos desperta para uma nova realidade!
A Lenda e o Mito
São as lendas e os mitos que tornam os nossos dias mais reais e cheios de magia.
Sabemos que muitas lendas sobre o famoso Rei Arthur foram inventadas, além do seu fim misterioso em Avalon, conhecido atualmente através do livro "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley, um romance lindo e envolvente, mas que poucas verdades nos traz sobre os mitos e as lendas dos povos celtas, e por ser uma ficção, não pode ser considerado como base para nossos estudos.
Os primeiros registros sobre Arthur, conforme o historiador Christopher Gidlow no livro "O Reinado de Arthur - da História à Lenda", diz que ele viveu entre os séculos V e VI e liderou os bretões contra o avanço saxão no cerco da Colina de Badon (supõe-se estar localizada além de Kent e Essex, na Inglaterra). O filme "Rei Arthur" retrata bem este contexto, tirando Guinevere, que não condiz com a figura da guerreira picta.
Alguns textos históricos datados após o ano de 400 d.C. e que o descrevem, são: Chalice Well
- "De Excidio Britanniae" (A Destruição da Bretanha), de Gildas, no ano 500 d.C.
- "Historia Brittonum" (Histórias dos Bretões), de Nennius, no ano de 829 d.C.
- "Annales de Cambriae" (Anais de Gales), texto compilado a partir de várias fontes, por volta do ano de 977 d.C.
Chegando finalmente a "Historia Regum Britanniae" de Godofredo de Monmouth, que escreveu sua historia em 1135 d.C. e elaborou as façanhas do Rei Artur, misturando o histórico ao lendário.
O folclore celta e a cultura popular são repletos de referências sobre civilizações perdidas, como o povo ancestral dos Reinos do Mar da Atlântida e suas ilhas submersas de Caer Ys e Lyonesse, supostamente, como sendo os ancestrais de Avalon. E, segundo as lendas arthurianas, a terra natal de Tristan e o local da batalha final entre Arthur e Mordred.
Glastonbury e o Caminho Espiral envolta do Tor nos remetem, novamente, a Avalon, Morgana, Arthur, Camelot, os Cavaleiros da Távola Redonda e a busca do Graal, relacionando-o à Pedra Filosofal dos alquimistas, à Fênix grega e ao Caldeirão Celta do Renascimento. Uma linha muito tênue, na qual dois mundos tão distintos se encontram. 
Avalon é o despertar natural desta consciência. A fonte inesgotável da sabedoria... O reencontro dos Deuses dentro do nosso templo sagrado. Awen!